Araraquara pode receber um investimento bilionário da CRRC, maior fabricante de trens do mundo, que considera a cidade como local preferido para sua nova fábrica no Brasil.
O governador Tarcísio de Freitas destacou que a empresa já possui contratos de infraestrutura ferroviária no estado, o que impulsiona seu interesse.
A instalação da unidade pode gerar empregos e reduzir custos operacionais, aproveitando a estrutura existente da IESA. Impactos esperados incluem fortalecimento do mercado ferroviário nacional e ampliação da competitividade da CRRC na América Latina.
Araraquara pode estar prestes a receber um investimento bilionário no setor ferroviário. Segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a CRRC, maior fabricante de trens do mundo, estuda a instalação de uma fábrica no Brasil, e, segundo o governador, a cidade paulista desponta como local preferido para receber a nova unidade industrial da gigante chinesa.
Durante entrevista ao programa Conexão Paulista, da Assembleia Legislativa,Tarcísio mencionou o crescimento da participação da CRRC nos contratos de infraestrutura ferroviária do Estado e indicou que a empresa já planeja uma base de produção local. Segundo ele, a fabricante chinesa pode adquirir a estrutura da IESA, antiga fornecedora de trens para o Metrô e a TM, que está atualmente em recuperação judicial.
"Aí o que os caras já pensaram? Opa, vou ter que montar uma fábrica de trens em São Paulo. Aí pega aquela fábrica que estava fechada lá em Araraquara. Opa, é lá que eu vou. Vou montar uma fábrica lá em Araraquara e vai vir emprego pra lá", disse o governador.
O interesse da CRRC em uma unidade fabril no Brasil está diretamente ligado à alta demanda de projetos ferroviários no país. A empresa já venceu a licitação para fornecer os trens do Trem Intercidades (TIC) São Paulo-Campinas e também garantiu um contrato para a entrega de 44 novos trens para a Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo. Além disso, há novas oportunidades no horizonte, como os futuros leilões das linhas 11, 12 e 13 da TM, além do TIC Sorocaba-São Paulo.
A instalação da fábrica em Araraquara pode representar uma redução significativa de custos para a empresa, já que a infraestrutura existente da IESA permitiria iniciar a operação rapidamente, necessitando apenas de adaptações e modernização.
Além disso, a localização estratégica da cidade fortalece a decisão:
A possível chegada da CRRC ao Brasil não deve afetar apenas o mercado local, mas também impactar toda a América Latina. A fabricante chinesa tem se destacado globalmente por oferecer trens de alta qualidade a custos reduzidos, o que coloca pressão sobre concorrentes tradicionais como Alstom, CAF, Hyundai e Marcopolo.
Com um centro de produção no Brasil, a CRRC poderá aumentar sua competitividade e ampliar sua participação em novos contratos ferroviários em países vizinhos, consolidando-se como um player dominante na região.
Se a instalação da fábrica em Araraquara for confirmada, a cidade poderá se tornar um importante polo ferroviário, impulsionando a geração de empregos, a economia local e o desenvolvimento tecnológico no setor de transporte sobre trilhos.
Nos próximos meses, o avanço das negociações deve definir se Araraquara realmente será o novo endereço da maior fabricante de trens do mundo.
Araraquara já tem instalada na cidade a Hyundai Rotem, que investiu R$ 120 milhões na fábrica de Araraquara. A unidade foi construída para atender o Brasil e a América Latina, está na SP-255 (Rodovia Antônio Machado Sant´Anna), em uma área de 150 mil m².
Era a segunda maior planta da empresa no mundo, com capacidade de produção de 200 vagões por ano, chegou a empregar mais de 130 pessoas, mas com a queda nas encomendas, encerrou parte de suas operações na cidade.
