A recente troca de mensagens no grupo de Whatsapp dos deputados da CNB (Corrente Nacional de Base) revelou a resistência de alguns setores do PT à candidatura de Edinho Silva à presidência do partido.
O ex-prefeito de Araraquara é o nome apoiado por Luiz Inácio Lula da Silva, mas a movimentação interna indica desafios para consolidar sua candidatura. A informação foi inicialmente divulgada pelo Portal de Notícias O Globo e confirmada pela Folha de S. Paulo.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), e o secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto, manifestaram objeções a um jantar que seria realizado com Edinho. Guimarães considerou o convite precipitado, uma vez que a candidatura de Edinho Silva ainda não havia sido formalizada e poderia causar divisões dentro da corrente majoritária do partido. Ele apontou, ainda, o risco de que a movimentação acelerada pudesse gerar desentendimentos internos.
A atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, havia defendido a escolha de um nome do Nordeste para sua sucessão. A expectativa era que, com a nomeação de Gleisi para a Secretaria-Geral, conforme sinalizações de Lula, o caminho para Edinho Silva se tornasse mais claro.
No entanto, Guimarães ressaltou que a formalização de Gleisi no cargo de ministra ainda não havia ocorrido, o que impedia a definição definitiva de seu sucessor.
O convite para o jantar, enviado pelo deputado Carlos Veras, coordenador da bancada da CNB e primeiro-secretário da Câmara, gerou desconforto em alguns membros. Jilmar Tatto se queixou de que o convite mencionava a presença de "alguns deputados", o que, segundo ele, desrespeitava o processo de busca de consenso dentro da corrente. Além disso, Tatto destacou que o ato demonstrava falta de respeito à presidente Gleisi Hoffmann.
O jantar, que seria realizado na casa do deputado Reginaldo Lopes (MG), acabou sendo cancelado por conflitos de agenda. Segundo um parlamentar do partido, Edinho enfrenta dificuldades para construir uma candidatura de unidade dentro do PT. A avaliação é que, sem mudanças no rumo das negociações, o ex-prefeito só conseguirá viabilizar sua candidatura com o apoio direto de Luiz Inácio Lula da Silva.
A eleição para a presidência do PT ocorrerá em julho, com o voto direto dos filiados. Caso Gleisi Hoffmann seja confirmada como ministra da Secretaria-Geral, o partido terá que eleger um presidente interino para um mandato tampão. Nesse cenário, qualquer membro do diretório nacional do PT poderá ser alçado à presidência, o que aumenta a disputa interna.
Fonte: O Globo.
